O que aprendi sendo blogueira por UM ANO

by - agosto 27, 2017

Eaí, povo de sorte. 

Senta que lá vem história.

Fazia tempo que a gente não se falava por aqui e eu sei que algumas de vocês não tem preguiça de ler e preferem uma boa leitura à um vídeo de 20 minutos.

Em breve fará um ano que comecei esta empreitada de ser "Blogueira", meio na brincadeira, meio na expectativa de mudar de vida. Eu estava infeliz, em um emprego que não satisfazia minhas necessidades fashion (Deus te defenderay de trabalhar de social todo dia). Eu me sentia totalmente castrada. Minha individualidade não existia dentro de uma emprego em que somos meramente peões numa roda maior. É claro que, às vezes, ser peão (Ou torre, rei, rainha, bispo) é exatamente o que te satisfaz. Mas perder a luz do sol e passar os meus dias olhando a fachada cinza de um prédio no centro de São Paulo, me deprimia.

Um dia alguém disse: "Ei porque você não cria um canal?" e este comentário foi seguido de muitos outros comentários incentivando um vídeo inicial. 

No começo, eu fiquei meio receosa. Há um ano atrás não era comum esses vídeos de "maquiagem baratinha" e o youtube definitivamente não era um ambiente socialmente amplo. A segregação era nítida. De Sephora pra cima. E eu pensava "Bom, o que eu posso oferecer com as minhas vults, e dailus, e playboys?" 

Gravei um vídeo no meu namorado com o celular colado no espelho. LITERALMENTE COLADO NO ESPELHO. Eu não sabia falar os termos em inglês e para mim Beauty Blender sempre seria "Coxinha de base". Usando minhas maquiagens de até 30 reais, o vídeo ultrapassou as 100 mil visualizações. Não estou dizendo que eu comecei esse movimento (Ainda que nessas bandas me conheçam como Kate Middleton da 25 de março). Mas depois da disseminação da maquiagem baratinha, a integração de blogueiras pobrinhas foi um estrondo.

Então aqui vão algumas coisas que eu aprendi nesse um ano:

1) VOCÊ PRECISA TER SANGUE DE BARATA

Por sorte ou azar, eu sofri um bullying leve durante toda a minha pré adolescência. Nunca me encaixei no padrão Cool Kids, apesar de andar com as "crianças populares". Eu era uma coisinha magra, desajeitada, sem maquiagem, asmática e que não queria saber muito de dar uns beijinhos. O prato cheio pras Meninas Malvadas da periferia. 

Uma foto não muito ruim (mas a única que sobrou) da era pré-internet
Por bem ou por mal, essa experiência me fez adquirir uma resistência muito grande à comentários negativos. Eu já era estragada internamente antes do YouTube. Qualquer comentário que eu pudesse receber não me abalaria, visto que eu provavelmente já ouvi isso antes. Mas tive que sentar e ter uma conversa com meus familiares sobre a possibilidade deles também serem atacados (E também para não se ofenderem no meu lugar).

Incrivelmente eu não recebi muitos comentários negativos. Acredito que porque nunca alimentei os Trolls. Qualquer comentário que eu não goste, eu simplesmente apago #tomaessahater

2) A PRESSÃO PARA A PERFEIÇÃO É SURREAL

Repetindo o título e entrando num assunto ainda relacionado ao tema anterior. A pressão para que você seja linda, perfeita, arrumada, padronizada, esticada e melhorada é ENORME. Quantas blogueiras vocês conhecem que não fizeram nenhuma alteração corporal? Porcelana nos dentes, bichectomia, silicone, lipo aspiração. Qualquer procedimento que te transforme em uma parcela da perfeição (Inatingível rsrsrs). Os comentários "Você engordou" "Você emagreceu" Arruma os seus dentes" "Faz esse nariz" "Que sarda horrível". São constantes e sempre pesados. Você é atacada por todos os lados na sua maior fraqueza. Por que quem te assiste sabe. Aquilo que cutuca na ferida. E sentados atrás do computador, a sensação de impunidade e soberania comandam os comentários sobre a sua aparência sempre.

Eu decidi agir diferente, transformei os comentários negativos em marketing.

Antes de entrar no youtube, juntei 5 mil reis para colocar silicone. Com esse dinheiro comprei uma câmera, paguei minha viagem de cruzeiro (Minha primeira viagem maior "sozinha" e que eu mesma paguei) e ainda sobrou dinheiro. 

Também comprei uma blusinha escrito "I Have No Tits" (eu não tenho peitos) e resolvi que a solução pra um problema de auto-estima (que nem é mesmo um problema) era... Rir de mim mesma.

Além disso, não. Eu não vou colocar porcelana nos dentes. Me aceita, Bridget Bardot. 

De Bridget Bardot à Melanie Martinez, deixe que as críticas virem o que te destaca
3) AS MARCAS BRASILEIRAS NÃO TEM NENHUMA CONSIDERAÇÃO POR VOCÊ

Essa foi um pouquinho mais doído e demorado para aprender. A onda dos digitais influencers é relativamente nova no Brasil (Coisa de uns 5 anos). Enquanto lá fora as marcas tem a maior consideração pela opinião das blogueiras e influencers (e não apenas confiam à elas a responsabilidade de influenciar, mas de realmente opinar sobre os produtos). Aqui temos muito publi velado. Publicidade disfarçada de dica amiga. A marca não quer que você dê sua verdadeira opinião e nem confiam na qualidade do que vendem. Quero apenas alguém pra mentir pra você. E é difícil não se corromper num sistema onde o dinheiro sempre fala mais alto. Além disso, elas não investem em blogueiras iniciantes, de pequeno a médio porte. Focam apenas nas gigantes do mercado. 

Sobra-lhes números. Falta-lhes confiabilidade.
Fui tratada com muito mais cordialidade e confiança por marcas internacionais.
Que não apenas me forneceram "produtos de graça", porque cada vídeo tem todo um trabalho de pesquisa por trás. Mas que realmente confiam e entendem a minha opinião, mesmo quando (e já fiz muitas vezes) falei que faltava qualidade nos seus produtos. 

4) SEU PÚBLICO É SEU ALVO, NÃO SEJA PUXA SACO

É claro que networking é ótimo em qualquer carreira. Quanto mais pessoas influentes e conhecidas você se relacionar, maior a possibilidade de que este sucesso também te atinja. Porém, algumas coisas contam mais do que números. 

Quero conquistar o meu público com o meu conteúdo, carisma, confiabilidade e segurança. Não quero puxar saco de nenhuma blogueira grande para crescer. Esse foi um dos motivos de não usar minha profissão de formação (administração). Pra mim, a subida é uma escalada que você faz sozinho, concentrado, com treino, esforço e dedicação. E não uma escada, que cada degrau tem um nome como por exemplo: "caráter" e"dignidade". Se fosse pra ficar puxando saco dos outros na salainha de café, a gente voltada a ser assalariada com carteira assinada. Aposentadoria não tá lá essas coisas, mas pelo menos tem vr né?

Sempre me inspirei em pessoas que se reinventam.

Se os meus números estagnarem, não farei Clickbait. Nem vídeo que não combina com a minha personalidade. E nem darei aqueles dicas de "Raspe a sua passarinha com creme dental, vai dar muito bom, sim amiguinha".

Se der ruim pra mim, eu faço a Taylor Swift. Ou a Anira.

Vou do country pro pop, pro funk, pro gótico.

Afinal, eu tenho experiência nessa carreira de ser emo.

Termino esse post com o clipe que o inspirou, e volto logo (LOGO) com a parte dois:


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8 comentários

  1. Te admiro demais por vc ter esse teu jeitinho de querer conseguir as coisas por mérito próprio, parabéns vc vai longe !!

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  2. Ahh,e vc diz q ñ tem peito, mas tem sim, eu q ñ tenho um pingo de peito, kkk

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  3. Queria dizer que também não tenho peitos, e amo eles pequenininhos mesmo. Me senti representada. ❤

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  4. O que mais vejo hoje é clickbait e todo mundo fazendo a mesma coisa só porque está na moda. Eu posso até fazer algo que está em alta, mas se faço é porque gosto e entendo do assunto. Não consigo de maneira nenhuma não ser eu mesma. Ansiosa para a parte 2.

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  5. Te admiro muito, você é uma pessoa de personalidade, te sigo e adoro muito suas postagens.

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  6. Me senti incrivelmente representada. Tenho um canal a pouco mais de um ano e eu sofro com os comentários de você tem que comprar uma boa iluminação. Tem que comprar uma câmera boa sendo ai é não tenho condições de fazer isso. Comprei o zenselfie rosa quando conheci você. E ele vem me ajudado com o canal. É claro que a gente quer crescer mas não é fácil assim. E realmente as marcas não querem uma galera que realmente ta ali se inspirando em você. Eles querem numero e número só se tornando "perfeitinha".

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